REPOSIÇÃO DE FERRO

Geralmente pacientes com anemia ferropriva leve e moderada são tratados com ferro oral devido à facilidade de administração. No entanto, existem vários cenários em que o ferro oral pode ser ineficaz e/ou mal tolerado.1,2

O tratamento com ferro por via oral é dado na dose de 50 mg a 200 mg/dia de ferro para indivíduos adultos. Em caso de intolerância a ferro oral ou por suposta ou confirmada má absorção, pode-se administrar ferro por via intravenosa, o que deve ser feito até a normalização da concentração de hemoglobina e das reservas de ferro (ferritina).2,3

A vantagem da administração de ferro intravenoso é não depender de absorção do trato gastrointestinal e poder oferecer ao paciente doses mais altas de ferro em menor tempo de tratamento, com aumento inicial da hemoglobina mais rápido.4 A tabela abaixo indica as condições em que o tratamento com ferro intravenoso é indicado.5

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Tabela 1.  Indicações para tratamento com ferro intravenoso5
Condição Causa
Intolerância a ferro oral Efeitos adversos gastrintestinais persistentes
Refratariedade a ferro oral Absorção defeituosa: gastrectomia, by-pass duodenal, cirurgia bariátrica
Doenças intestinais (casos selecionados): DII, gastrite atrófica, infecção por Helicobacter pylori, enteropatia por glúten
Formas genéticas (Irida)
Sem melhora da Hb após quatro semanas de terapia oral
Anemia grave (Hb <7 g -8 g/dL) Necessidade de melhora rápida da Hb
Segundo e terceiro trimestres de gravidez Necessidade de aumento rápido de Hb; muitas vezes intolerância a preparações orais
Tratamento ESA Manter níveis de ferritina e estoques de ferro em pacientes com DRC
Perda sanguínea crônica difícil de controlar com ferro oral Sangramento uterino intenso
Distúrbios hereditários da hemostasia
Outras Anemia pós-operatória de cirurgia de grande porte
Insuficiência cardíaca sistólica crônica
ESA: agentes estimulantes da eritropoiese; DII: doença inflamatória intestinal; Irida: anemia por deficiência de ferro refratária a ferro; Hb: hemoglobina; DRC: doença renal crônica

Referências Bibliográficas : 1. National Institutes of Health (NIH). Iron. Fact Sheet for Health Professionals [internet]. Bethesda, MD, EUA, 30 de março de 2021. Disponível em: https://ods.od.nih.gov/factsheets/Iron-HealthProfessional/#h16 [acessado em fevereiro de 2022]. 2. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. Anemia por deficiência de ferro. Portaria SAS/MS nº 1.247, de 10 de novembro de 2014. Brasília, 10 de novembro de 2014. Disponível em: http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2014/pcdt_Anemia_DeficienciaFerro_2014.pdf [acessado em fevereiro de 2022]. 3. De Santis GC. Anemia: definição, epidemiologia, fisiopatologia, classificação e tratamento. Medicina (Ribeirão Preto). 2019 nov 7;52(3):239-51. 4. Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul. Quando e como fazer a reposição de ferro endovenosa? [internet]. Brasília, 1° de julho de 2019. In: Brasil. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Disponível em: https://aps.bvs.br/aps/quando-e-como-fazer-a-reposicao-de-ferro-endovenosa/ [acessado em fevereiro de 2022]. 5. Camaschella C. Iron deficiency. Blood. 2019 Jan 3;133(1):30-39.

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